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terça-feira, 12 de junho de 2012

Será que somos realmente alfabetizados? Por Sergio Rubens


Se alfabetização consistir somente no aprendizado do alfabeto e no ato de decodificar códigos, posso dizer que no Brasil ainda existem cerca de 14 milhões de analfabetos segundo o IBGE, mas se observarmos pelo lado de que ler consiste na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, estamos muito pior no que diz respeito a uma alfabetização digna de uma nação que visa o crescimento, levando em consideração que a alfabetização facilita a socialização promovendo o acesso aos bens culturais e ao conhecimento.

Atualmente, ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, têm se mostrado uma condição insatisfatória para corresponder as demandas da contemporaneidade. O fato de uma pessoa não conseguir interpretar textos e não saber o significado de várias palavras em diferentes contextos, forma aquilo que chamamos de analfabeto funcional. 

Segundo a pesquisa denominada “indicador de analfabetismo funcional”, divulgada pelo IBOPE em 2009, se você é capaz de ler e compreender totalmente textos como este, você faz parte de uma elite do Brasil: O seleto grupo dos plenamente alfabetizados. Apenas 25% da população brasileira se enquadra nessa categoria.

Há alguns questionamentos pertinentes quanto a isso. Como um aluno consegue sair da escola sem compreender aquilo que lê? Ou melhor, é possível melhorar a qualidade de vida em um país onde a maior parte da população sofre de analfabetismo funcional?

Já é claro e evidente, que a política nacional só vê a educação através de estatísticas, questionários socioeconômicos, como aqueles que os estudantes respondem quando fazem a inscrição do Enem, por exemplo, só serve para mostrar quem freqüentou a escola e quem aprendeu a ler, mas não identifica que tipo de aprendizado adquiriu, então é impossível fazer uma avaliação da qualidade da educação no Brasil dessa forma.

O que se percebe, é que o sistema de educação no Brasil é inadequado a necessidade do educando, não dá para culpar os educadores e nem as escolas, pois são obrigados a seguir um uma conduta estabelecida pelo Ministério da Educação, conduta essa que não está sendo satisfatória, afinal estão sendo formados meros decodificadores da leitura e da escrita, gerando uma enorme quantidade de pessoas com grande dificuldade de adquirir conhecimento, cultura e informação.

É preciso voltar os olhos para a qualidade do ensino, não conseguiremos crescer uma nação, sem cidadãos conscientes, se não somos bem formados, não temos condições de sermos considerados desenvolvidos, assim como, não dá para melhorar a qualidade de vida de um país, sem pessoas capazes de compreender, criticar e produzir, e essas competências são adquiridas principalmente na educação.

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